Introdução
O acesso vascular desempenha um papel essencial no sucesso do tratamento por hemodiálise, impactando diretamente na qualidade de vida dos pacientes renais. Quando falamos em acesso vascular, estamos nos referindo às conexões que permitem que o sangue do paciente seja filtrado pela máquina de hemodiálise e depois devolvido ao corpo. Essa escolha exige atenção, conhecimento e um olhar cuidadoso para as necessidades de cada pessoa.
Para os enfermeiros e profissionais que atuam na área de nefrologia, conhecer os tipos de acesso disponíveis — como cateteres e fístulas arteriovenosas (FAV) — é fundamental. Saber identificar a melhor opção em diferentes situações é parte do cuidado de excelência. Este texto tem como objetivo oferecer informações claras, práticas e baseadas em evidências para ajudar os profissionais a tomar decisões embasadas, garantindo um cuidado especializado e seguro.
O que são cateteres e fístulas arteriovenosas?
Cateter: Trata-se de um tubo fino e flexível inserido em uma veia central, frequentemente localizado no pescoço, tórax ou virilha. O cateter é geralmente uma solução temporária, indicada em situações de emergência ou quando não há tempo hábil para criar um acesso permanente. Apesar de prático, ele apresenta desvantagens, como maior risco de infecções e tromboses (Santoro et al., 2022).
Fístula Arteriovenosa (FAV): É uma conexão criada cirurgicamente entre uma artéria e uma veia, geralmente no braço. Por ser um acesso permanente, é considerado a melhor escolha para pacientes em hemodiálise de longa duração. A FAV oferece menor risco de infecções, maior durabilidade e maior eficiência no fluxo de sangue, o que torna o tratamento mais eficaz. No entanto, a maturação da FAV pode levar de 6 a 8 semanas, exigindo planejamento prévio (Lok & Mokrzycki, 2021).
Quando optar por cada tipo de acesso?
Escolher o acesso vascular ideal depende de vários fatores, incluindo o estado de saúde do paciente, urgência do tratamento e a duração prevista da terapia.
O cateter é indicado principalmente em situações de emergência, quando o paciente precisa iniciar a hemodiálise imediatamente e não há tempo para aguardar a maturação de uma FAV. Pesquisas indicam que cerca de 80% dos pacientes iniciam a diálise com cateteres, pois eles permitem acesso rápido e prático. No entanto, eles apresentam riscos elevados, como infecções e tromboses (Santoro et al., 2022).
Já a FAV é recomendada para pacientes que necessitam de hemodiálise de longa duração. Ela oferece menor risco de complicações e proporciona melhor fluxo sanguíneo, aumentando a eficiência do tratamento. Contudo, sua maturação exige planejamento e acompanhamento especializado. Alguns pacientes, por razões clínicas, podem não ser candidatos à FAV, como aqueles com doenças vasculares graves ou baixa expectativa de vida. Nestes casos, o cateter permanece como a melhor opção (Lok & Mokrzycki, 2021).
Benefícios para a Prática Clínica
O conhecimento sobre a escolha adequada do acesso vascular é um diferencial essencial para o enfermeiro que atua em nefrologia. Isso contribui para a redução de complicações, como infecções e falhas no tratamento, promovendo maior segurança para os pacientes.
Ao compreender as características de cada tipo de acesso, o enfermeiro pode implementar estratégias preventivas, como o acompanhamento rigoroso da maturação da FAV e a orientação ao paciente sobre os cuidados necessários para preservar a funcionalidade do acesso. Além disso, o domínio sobre essas práticas permite que o enfermeiro personalize o atendimento de acordo com as condições clínicas de cada paciente, aumentando a eficácia do cuidado (Tordoir & Canaud, 2021).
Promover a educação continuada da equipe de saúde também é essencial para garantir que todos estejam alinhados às melhores práticas no manejo de acessos vasculares. A capacitação constante contribui para o aprimoramento técnico e para a humanização no atendimento, beneficiando pacientes e equipes (Lok et al., 2021).
Conclusão
Escolher o acesso vascular adequado é uma etapa crucial no cuidado de pacientes em hemodiálise. Essa decisão, quando tomada com base em evidências e planejamento, faz toda a diferença na segurança e qualidade de vida do paciente. Investir na formação profissional é um passo indispensável para quem deseja oferecer um cuidado de excelência. A especialização em nefrologia amplia o conhecimento e as habilidades do enfermeiro, permitindo uma atuação mais confiante e assertiva.
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Referências
Lok, C. E., et al. (2021). “Clinical Practice Guidelines for Vascular Access”. Kidney International Supplements.
Lok, C. E., & Mokrzycki, M. H. (2021). “Guidelines for vascular access in hemodialysis: 2021 update”. American Journal of Kidney Diseases.
Santoro, D., Benedetto, F., & Mondello, P. (2022). “Central venous catheters in dialysis: Risk factors for infection and thrombosis”. Journal of Vascular Access.
Tordoir, J., & Canaud, B. (2021). “Arteriovenous fistulas for hemodialysis: A review of best practices”. Nephrology Dialysis Transplantation.