Técnicas de Punção Seguras em Fístulas Arteriovenosas: Evitando Traumas e Otimizando o Acesso

Introdução

A punção de fístulas arteriovenosas (FAVs) é um procedimento fundamental no contexto da hemodiálise, garantindo acesso vascular seguro e eficaz para pacientes com doença renal crônica. A técnica correta desempenha um papel crucial na manutenção da funcionalidade da fístula e na prevenção de complicações como hematomas, infecções e desgaste precoce.

Além do domínio técnico, a atenção do profissional de saúde deve ser voltada à humanização do cuidado. O enfermeiro exerce um papel central nesse processo, tanto na execução segura do procedimento quanto na orientação do paciente. Ao adotar boas práticas, os profissionais não apenas asseguram a eficiência do tratamento, mas também contribuem para a qualidade de vida dos pacientes e para a durabilidade da fístula. Este artigo explora os principais cuidados envolvidos na punção de FAVs, destacando técnicas, monitoramento e benefícios para a prática clínica.

Escolha do Local de Punção

A escolha adequada do local de punção é essencial para preservar a fístula e garantir a eficácia do procedimento. Uma das práticas recomendadas é alternar os pontos de punção, evitando áreas previamente utilizadas e prevenindo complicações como formação de aneurismas e inflamações (Silva et al., 2023).

A técnica do “botão”, indicada para fístulas maduras e bem desenvolvidas, é uma opção eficiente para reduzir danos aos tecidos e prolongar a vida útil do acesso vascular. No entanto, é fundamental evitar áreas com sinais de inflamação, hematomas ou fragilidade, pois podem comprometer a integridade da fístula (Silva et al., 2023).

Higiene e Preparo da Fístula

A higienização correta da fístula antes da punção é essencial para minimizar o risco de infecções, uma das complicações mais comuns associadas ao procedimento. Antes de iniciar, o profissional deve lavar as mãos, utilizar luvas estéreis e higienizar a área com solução antisséptica apropriada. É importante aguardar o tempo de secagem da solução antes de realizar a punção, garantindo maior eficácia do produto. Estudos demonstram que práticas adequadas de limpeza podem reduzir em até 40% a incidência de infecções relacionadas ao acesso vascular (Mima et al., 2023).

Ângulo e Profundidade da Agulha

A técnica de punção correta é um dos fatores determinantes para a segurança e eficácia do procedimento. A introdução da agulha deve ser realizada em um ângulo de 25 a 30 graus, ajustando-se conforme a profundidade da fístula. Em casos de fístulas profundas, é importante adaptar o ângulo para facilitar a inserção da agulha sem comprometer o lúmen do vaso. A atenção à profundidade evita perfurações indesejadas ou danos à estrutura vascular, reduzindo a chance de complicações como extravasamento (Ribeiro et al., 2023).

Comunicação com o Paciente

A comunicação clara e empática durante o procedimento de punção é essencial para garantir o conforto e a segurança do paciente. Orientar sobre cada etapa, explicar os procedimentos realizados e responder às dúvidas contribuem para uma experiência mais tranquila e colaborativa. Estudos mostram que pacientes bem-informados apresentam maior adesão ao tratamento e menores índices de complicações. Além disso, a construção de um vínculo de confiança entre o profissional e o paciente fortalece o cuidado humanizado e melhora os resultados clínicos (Costa & Mendes, 2023).

Monitoramento Durante e Após a Punção

O monitoramento contínuo durante e após o procedimento de punção é indispensável para evitar complicações. Durante a punção, observe sinais de extravasamento, alteração no fluxo sanguíneo ou desconforto do paciente. Após o término da sessão de hemodiálise, a compressão cuidadosa do local da punção ajuda a prevenir hematomas e a garantir a hemostasia. A avaliação constante e o ajuste imediato em caso de alterações contribuem para um tratamento mais seguro e eficaz (Cardoso, 2022).

Benefícios para a Prática Clínica

Dominar as técnicas de punção em FAVs traz benefícios significativos para a prática clínica. Enfermeiros capacitados conseguem prevenir complicações como infecções e traumas, além de aumentar a segurança e o conforto do paciente durante o procedimento.

A constante atualização profissional, por meio de treinamentos e participação em cursos, é essencial para aprimorar habilidades. Utilizar simuladores de punção é uma ferramenta eficaz para treinar técnicas específicas, enquanto a troca de experiências entre equipes contribui para solucionar casos complexos (Batista & Nogueira, 2022).

Conclusão

A realização segura da punção em fístulas arteriovenosas exige conhecimento técnico, atenção aos detalhes e empatia por parte do enfermeiro. Esse cuidado reflete não apenas na eficiência do procedimento, mas também na qualidade de vida e na experiência do paciente durante o tratamento.

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Referências

Batista, C. & Nogueira, A. (2022). “Benefícios da educação continuada na nefrologia.” Nephrology Practice Journal.

Cardoso, L. (2022). “Cuidados pós-punção em pacientes renais.” Nursing & Health Sciences.

Costa, R. A. & Mendes, F. (2023). “Educação em saúde para pacientes renais.” Journal of Patient-Centered Care.

Mima, B. D. et al. (2023). “Impacto da higiene no manejo de fístulas arteriovenosas.” Nephrology Today.

Ribeiro, T. et al. (2023). “Técnicas avançadas de punção em nefrologia.” Brazilian Journal of Nursing.

Silva, A. C. et al. (2023). “Estratégias para preservação de acessos vasculares.” Journal of Nephrology Nursing.

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